sábado, 6 de outubro de 2012

A entrevista


O 2. Ano B da Escolinha Branca no Jardim São Marcos, mas conhecido como a Turma dos Biólogos, estava organizando uma entrevista com uma amiga da Pro. que é bióloga já fazia tempo. Escrita de perguntas em duplas, organização e reescrita das questões, confecção do convite, lista de tarefas necessárias para o dia da entrevista...etc.
E chegou o grande dia...na quinta-feira 04/10, estavam todos muito ansiosos, não faltou nenhuma criança. Logo chegando na escola um dos trigêmeos que é da turma da Mafê ( os outros dois ficam na minha sala) veio correndo até mim e disse:

- Simone cadê a rabiola do meu irmão K.?
- Do que você tá falando?
- Ele disse que você ia trazer a rabiola hoje...

Não entendendo o que estava acontecendo fui perguntar para K:

- De que rabiola você falou pro seu irmão?
- Não Pro., eu falei da entrevista com a bióloga. (só risos).

No final do dia, depois da entrevista terminada, estávamos no banco do pátio esperando abrir o portão, então Ke. (irmão de K.) pegou nas minhas mãos e disse:

- Nossa Pro. tô tão feliz...adorei nosso dia hoje...
- Que ótimo Ke. eu também tô bem feliz, mas do que você mais gostou?
- Do bolo, das bexigas (itens sugeridos por eles para recebermos a bióloga).
- De mais alguma coisa? (perguntei).
- Ah, da entrevista da "bilóloga" também.



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Uma vez Professora-Coordenadora

Tenho registrado uma vez por semana o cotidiano como possibilidade de reinventar e nos reinventar, nas relações com as crianças..São registros dos espaçostempo de uma escola, de uma coordenadora, de um certo saber construído nas dores e nas delícias...

"No final da última semana antes do recesso, estava bem tranquilo na escola. Aliás uma semana que poderia ser melhor aproveitada, uma vez que é notória a baixa frequencia das crianças, as professoras com a tarefa de fechar notas, faltas, e atender a parte burocrática do semestre: registro do desempenho no chamado lençol. Vimos naquela semana muitos momentos informais, entre os professores, conversas prevendo ações para semestre. Poderíamos sugerir alguns dias de formação na escola, para fazermos avaliação, terminar o conselho de classe, o que não conseguimos, faltaram seis professores apresentarem o trabalho. Uma pena! Pensei em muitas possibilidades para que todos tivessem a oportunidade, mas não houve mais o tempo disponível pelo calendário. " (17/07/2012)


"Depois de assistirmos  um fragmento do documerntário do Baraká, o trecho que apresenta várias imagens com movimentos acelerados das pessoas, em lugares diferentes: no transito, na fábrica, alternados com a imagens  de um a granja, e o som de um relógio Magnífico! As professoras falaram que despertou sensações de stress, nervosismo, a ideia do tempo como diluição da vida. Então coloquei que ao vermos as imagens podemos pensar no cotidiano, que revela e oculta sem a gente dar conta a individualidade/singularidade. Li em seguida um pedaço do que a Clarice Lispector diz: três coisas para as quais eu nasci e para as quais dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos...As três coisas são tão importantes  que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida...Amar não acaba. É como se o mundo estivesse a minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.
As professoras foram apresentando as três coisas que mais amavam, como possibilidade de viverem o tempo sem ser levado por ele. O objetivo é favorecer a reflexão sobre o cotidiano, e o que é feito das pessoas, e o que as pessoas podem fazer com o cotidiano. Percebi que as professoras dialogaram com a proposta. Que foi muito rápido, como leitura compartilhada." (29/07/2012).